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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TEMPESTADES SILENCIOSAS!


Há tempestades silenciosas no interno dos seres, são manifestações também da mãe natureza. 
Por vezes leva-nos, já descalços sentindo o molhado do chão onde a água reina em poças, umas cristalinas, outras mais turvas, onde minúsculas gotas se juntam e teimam não desistir.

Por vezes um trovão ou relâmpago faz-se anunciar, para que o respeitemos, ele vem como uma força energética centrifuga que domina, em som e presença.
Depois vem  sol, para anunciar que não há tempestade que dure eternamente, como não há sol que permaneça estático em si eternamente .

Na realidade é que assim deve permanecer o ser, não pode impedir a tempestade, nem tampouco o sol, mas pode impedir a sua reacção, a sua manifestação, a sua contemplação, ou o seu naufrágio por vezes.
Não pode impedir-se de sucumbir à beleza e magnificência de um relâmpago, ou o feio de um olhar de rejeição de quem ama.

Pode mergulhar dentro de si e criar novas amizades, novos amores consigo mesmo, mas já não é mais o mesmo, como a criança que foi enganada pelo ardiloso adulto, que anseia pela sua inocência, em "ter" e não "ser".
Tudo isto é real, é vivido por cada ser ainda por todo o mundo, e eu escuto palavras caras, difíceis para mostrar a sua cultura, quando já o demonstram não ser quando o fazem.

Opto pelo silêncio, não quero falar, não sinto necessidade alguma de me manifestar para aquele, que ainda pensa que pode prever ou parar a tempestade.
Para aquele, que não compreende palavras simples fáceis e busca o conhecimento dos outros, sem se conhecer a si mesmo.

Tudo isto ainda é real, e está na hora mesmo de esvaziar as chávenas para que a nossa Mestria se manifeste, numa tempestade numa tarde de verão, onde raiou o sol e uma luz que penetrou por entre emoções cristalizadas, verdades tornadas mentiras, mentiras vividas como verdades.
Ilusões e realidades de uns e outros, a verdade é que ninguém as deseja mais, a verdade é que cada um  nada mais deseja senão amar e ser amado!

Será que;  para além de tudo isto que não provem do divino,  que existe um Deus que escolhia, quem podia amar e quem não, quem devia ter e não?
Pois são meros relâmpagos, raios de um sol interno, afagos de o ser maior de mim mesmo para me dizer que ainda assim haverá mais, muito mais para além daquilo que se é  e não é!

E entre o peregrino e o mago, uma estrela brilhou, acordou para não mais adormecer.

Dentro do âmago do  teu ser existe o que mais divino podes ser, não o ter, pois enquanto pensas ter, nunca serás  na verdade o que és.

Não há passado ou presente mais importante do que aquele que amas e que és amado, aquele que não permites que o ladrão que vive no interno de cada um, teime em roubar-se a si mesmo.

Aquele que tens de orar e vigiar a toda a hora, pois ele é a ponte que te leva à criança, que te tira das mãos do ardiloso, que te relembra e devolve a inocência pura do ser...
De simplesmente ser criança, e que brinca com a tempestade!
 Foi apenas uma tarde, contemplando a tempestade que decorria enquanto eu a amava no retorno ao meu ser!

Foi apenas uma tarde de puro amor e contemplação ao estado de nudez da natureza do ser

Muita Paz!

Eugénia De Almeida

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