Love Me

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O REI VAI NU?



O REI VAI NU?

A espiritualidade do momento ainda se traduz como uma ponte a esta pequena metáfora, em que a liderança das consciências à frente de grupos e seitas serve para um pseudo-rei que sabendo ainda muito pouco de si, mas mantendo as aparências de grandes conhecimentos, certezas absolutas, garantias fabulosas, bilhetes de entrada e saída para espectáculos em nome de um Cristo que me parece que não o reconhece ainda, me garante cada vez mais a certeza da verdade que sou.
Se estamos num momento de ascensão, se esta ascensão tudo, e somente tem a ver com o Crísto para quem não sabe, como é que os lideres, estes grandes seres da espiritualidade e salvadores, não sabem quem é?
Porquê a sua incapacidade do o reconhecer, o porquê de um colectivo, ou grupos entrarem nestas ilusões em massa irreais e se aproveitarem das pessoas, cujo as almas se encontram desesperadas?

O meu silêncio continua a ser mais importante que a minha palavra por enquanto. 
Assim, aqui deixo este pequeno conto e percebam o ponto em que cada um está, o que é a ilusão em cada um, ou se vão continuar a querer enganar a Deus, com tantas vestes mágicas, quando na verdade nunca estiveram tão nus, porque vos fizeram despir a roupa, não para se vestirem de luz e amor, mas para vestirem as contas e o ego destes seres que acima manipulam e aprisionam massas inteiras para interesse que não são o do Crísto.

Um abraço a todoS na unidade do Crísto que sou, e esta foi a mensagem que me transmitiram para vós.
Muita Paz !

A CONSCIÊNCIA UNIVERSAL CRÍSTICA UNA

Eugénia De Almeida

"O rei vai nu
Havia um rei muito tolo que adorava roupas bonitas. Os tolos, geralmente, gostam de roupas bonitas. Pois este rei enviava emissários por todo o país com a missão de comprar roupas diferentes. Os seus guarda-roupas estavam cheios de fatos, sapatos e gravatas de todas as cores e estilos. Eram tantas as suas roupas que ele estava muito triste porque os seus emissários já não encontravam novidades.
Dois espertalhões ouviram falar do gosto do rei por roupas e viram nisso uma oportunidade de enriquecer à custa da vaidade de sua Majestade. Foram até ao palácio e apresentaram-se como «especialistas em tecidos mágicos».


O rei já tinha ouvido falar de tecidos de todos os tipos, mas nunca ouvira falar de tecidos mágicos. Ficou curioso. Ordenou que os homens fossem trazidos à sua presença.
– Falem-me do tecido mágico.
Um dos espertalhões, o mais loquaz, disse:
– Majestade, diferente de todos os tecidos comuns, o tecido que nós tecemos é mágico, porque somente as pessoas inteligentes podem vê-lo.
O rei ficou encantado e contratou-os imediatamente, oferecendo-lhes um amplo aposento onde poderiam montar os seus teares e tecer o tecido que só os inteligentes poderiam ver.
Passados alguns dias, o rei mandou chamar um ministro e ordenou-lhe que fosse examinar o tecido. O ministro dirigiu-se ao aposento onde os tecelões trabalhavam.
– Veja, excelência, a beleza do tecido, – disseram eles com a mãos estendidas. O ministro não viu coisa alguma e entrou em pânico: «Meu Deus,» pensou. «Se não vejo o tecido, sou estúpido...» Resolveu, então, fazer de conta que era inteligente e começou a elogiar o tecido como sendo o mais belo que tinha visto.
«Majestade», relatou o ministro ao rei, «o tecido é incomparável, maravilhoso. De facto, os tecelões são verdadeiros magos!»
O rei ficou muito feliz.
E o mesmo relatório foi feito por todos os outros ministros. Até que o rei resolveu ir pessoalmente ver o tecido. Mas, como os ministros, ele não viu coisa alguma, porque nada havia para ver e pensou: «Os ministros viram. São inteligentes. Mas eu não vejo nada! Sou estúpido. Não posso deixar que eles saibam da minha burrice, porque pode ser que tal conhecimento venha a desestabilizar o meu governo...» O rei, então, entregou-se a elogios entusiasmados ao tecido que não existia.
O cerimonial do palácio determinou que deveria haver uma grande festa para que todos vissem o rei nas suas novas roupas. E todos ficaram a saber que somente as pessoas inteligentes as veriam. Todos os cidadãos inteligentes foram convidados para comparecerem à solenidade.


No Dia da Pátria, a cidade engalanada, bandeiras por todos os lados, bandas de música, as ruas cheias, tocaram os clarins e ouviu-se uma voz, que anunciou: «Cidadãos do nosso país! Dentro de poucos instantes, a vossa inteligência será colocada à prova. O rei vai desfilar usando a roupa que só os inteligentes podem ver.» Canhões dispararam uma salva de seis tiros. Rufaram os tambores. Abriram-se os portões do palácio e o rei marchou vestido com a sua roupa nova. Foi aquele oh! de espanto. Todos ficaram maravilhados. Como era linda a roupa do rei! Todos eram inteligentes.
No alto de uma árvore estava empoleirado um menino a quem não haviam explicado as propriedades mágicas da roupa do rei... Ele olhou, não viu roupa nenhuma, viu o rei nu exibindo sua enorme barriga, as suas nádegas murchas e vergonhas dependuradas. Ficou horrorizado e não se conteve. Deu um grito que a multidão inteira ouviu: «O rei vai nu!» Silêncio profundo. E uma gargalhada mais ruidosa que a salva de artilharia. Todos gritavam enquanto riam: «O rei vai nu, o rei vai nu...»


O rei tratou de tapar as vergonhas com as mãos e correu para dentro do palácio.
Quanto aos espertalhões, já estavam longe e haviam transferido os milhões que tinham ganho para um paraíso fiscal."


História original de Hans Christian Andersen.
Versão adaptada de Rubem Alves. (http://www.eb23-valenca.rcts.pt/ler012.htm)

Sem comentários: