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domingo, 2 de outubro de 2011

AFAGOS DE UM SER MAIOR!



Há tempestades silenciosas no interno dos seres, são manifestações também da Mãe Natureza.
Por vezes leva-nos, já descalços sentindo o molhado do chão, onde a água reina em poças, umas cristalinas, outras mais turvas, onde minúsculas gostas se juntam e teimam não desistir.
Por vezes um trovão ou relâmpago se faz anunciar, para que o respeitemos, como uma força energética, e centrifuga que domina, em som e presença.
Depois vem sol, para anunciar que não há tempestade que dure eternamente, como não há sol que permaneça estático em si .

Na realidade é que assim deve permanecer o ser, não pode impedir a tempestade, nem tampouco o sol, mas pode impedir a sua reacção, a sua manifestação, a sua contemplação, ou o seu naufrágio por vezes.
Não pode impedir-se de sucumbir à beleza e magnificência de um relâmpago, ou o feio de um olhar de rejeição de quem ama.
Pode mergulhar dentro de si e criar novas amizades, novos amores consigo mesmo, mas já não é mais o mesmo, como a criança que foi enganada pelo ardiloso adulto, que anseia pela sua inocência, em "Ter e não Ser".
Tudo isto é real, é vivido por cada ser, ainda por todo o mundo, e eu escuto palavras caras, difíceis para mostrar a sua cultura, quando já o demonstram não ser quando o fazem.

Opto, pelo silêncio, não quero falar, não sinto necessidade alguma de me manifestar para aquele, que ainda pensa que pode prever, ou parar a tempestade.
Para aquele, que não compreende palavras simples fáceis, e busca o conhecimento dos outros, sem se conhecer a si mesmo. 
Tudo isto ainda é real mas está mesmo na hora de esvaziar as chávenas, para que a nossa "Mestria" se manifeste, numa tempestade, numa tarde de verão, onde raiou o sol e uma luz que penetrou por entre emoções cristalizadas, verdades tornadas mentiras, mentiras vividas como verdades.Ilusões e realidades de uns e outros, que ninguém quer mais, pois o que querem é unicamente amar e ser amado!

Será que; para além de tudo isto que não provem do divino,  será que existe um Deus que escolhia quem podia amar e quem não, quem devia ter e não?
Pois são meros relâmpagos, raios de um sol interno, afagos de o Ser maior de mim mesmo para me dizer, ainda assim haverá mais, muito mais para além daquilo que se é e não é?
E entre o Peregrino e o Mago, uma estrela brilhou, acordou para não mais adormecer.

Dentro do âmago do ser, existe o que mais divino podes "ser", não o "ter", pois enquanto pensas "ter", nunca serás o que és.
Não há passado ou presente, mais importante do que aquele que amas e que és amado, aquele que não permites que o ladrão que vive no interno de cada um, teime em roubar-se a si mesmo.
Aquele que tens de orar e vigiar a toda a hora, pois ele é a ponte que te leva à criança, que te tira das mãos do ardiloso, que te relembra e devolve a inocência pura do Ser.
De simplesmente ser criança que  ainda assim brinca com a tempestade!

Foi apenas uma tarde, contemplando a tempestade que decorria enquanto eu a amava no retorno ao meu Ser!

Muita Paz!
Eugénia De Almeida

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