ROSA DO DESERTO!

Foi no deserto que a fragrância da minha alma, se espalhou, perfumando as rosas, dos jardins suspensos pelo Espírito daquele que me enviara.

Lembro-me de me dizer  ainda "o quanto ia ser rápido o processo", mas aqui o tempo, parece sem tempo, e é no deserto que as noites se tornam mais longas, e mais iluminadas aos nossos olhos, numa sobriedade profunda.
O nosso espírito fica lúcido e activo, sentimos o pulsar do coração da terra por todo o nosso Ser, num chamado de todos os cantos.
Não sou aquilo que queriam que acreditassem ser,  mas sei que estão muito longe de saber ainda quem eu sou em consciência.
Estás então cada vez mais longe de ti, e o tempo aqui parece que não tem tempo, quando o deserto se torna deserto, sem os jardins suspensos daquele que emanado fora o espírito bem aventurado, mas porque te picaste no pico de uma rosa, condenaste todo o roseiral.
E o perfume, do meu ser, deixei de o sentir, e a fragrância da minha alma foi em ti que ficou por amor... E eu não vim para escrever histórias tristes, eu sei que todos os dias à mesma hora eu estive lá a cuidar da minha rosa.
Mas sei que se tu tiveres amor no teu coração, também cuidarás da tua rosa, pois não é o perfume que ela emana para fora que a torna especial, mas a essência do amor que ela contém dentro que faz dela uma rosa sagrada, mas   ainda assim, não uma rosa sem dono.
Faz dela uma rosa do deserto, aquele deserto onde habita o teu ser há tanto tempo.
Pela sede do tempo, pelo engano dos perfumes de tantas rosas, que afinal eram comuns, tu eras areia de um tempo sem tempo, e que afinal era apenas um deserto, a areia de um deserto onde nasceu uma rosa..

Eugénia De Almeida