Não interpretes as minhas palavras, as minhas palavras são fáceis, as minhas palavras
são simples, elas são por amor, não interpretes as minhas palavras, mas interpreta o meu silêncio.
Mas interpreta o meu silêncio, porque o meu silêncio nem
sempre é fácil, porque o meu silêncio nem sempre é simples, nem sempre é amor, porque
é no meu silêncio interpretado em ti, que estás tu.
Não interpretes as minhas palavras, as minhas palavras são para
serem escutadas com o coração e o coração não interpreta, o coração é telepático,
porque conhece todas as palavras que te conheces e aquelas que não te conheces,
porque fala todas as línguas, mesmo as que não conheces.
As minhas palavras são para serem escutadas pelo teu coração, porque fala a linguagem sagrada.
Não interpretes as minhas palavras com a tua mente, mas interpreta o meu silêncio com o teu coração.
Interpreta todo o meu silêncio, interpreta o meu
silêncio com todo o teu ser, para além das palavras, para além do espirito,
para além da língua, ou da telepatia, para alem do humano, para além do
transcendental em ti.
Mas interpreta o meu silêncio, porque onde quer que te
percas, é no silêncio interpretado em ti que te encontras, é no silêncio de
mim, mergulhado por ti que escutarás o verdadeiro significado das minhas
palavras, quando as descobrires em ti, quando me encontrares em ti, quando me
escutares em ti, em ti sim...
Porque interpretaste o meu silêncio e nele te encontraste em
mim.
Porque é este meu silêncio que me leva até ti, o silêncio que ficou entre cada palavra, o silêncio que ficou entre cada letra, o silêncio que ficou entre mim e ti, o silêncio que dispensa todas as palavras.
Eugénia De Almeida
Imagem autoria: Joma Sipe
Imagem autoria: Joma Sipe
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