Não te digo tudo o que te fiz, porque teria de te dizer o que tu não me fizeste.
Não te digo o que te faço, pois deste modo, tenho de te dizer tudo o que não me fazes.
O homem consciente mede as palavras na proporção das suas atitudes.
O homem comum não mede a proporção das suas próprias palavras e desconsidera as atitudes.
Entre o divino e o humano o homem consciente eleva- se, mas o homem comum, já esse, zomba e rebaixa.
Na dignidade procura sempre guiar- te pela sabedoria da consciência cardíaca.
E mesmo, quando a maior das injustiças te tenha sido feita, não te faças tu, uma maior ainda.
Então...
Guarda a palavra no bolso, mas liberta- a do coração.
E recorda...
Há corações, que ainda entra lá qualquer palavra, outros há, que não entram nenhumas.
Como a água do rio te refresca os pés nus num dia de sol, ela escorre- te por entre os dedos e lava- te também a alma, mas não só, ela quando te toca, ainda que na extremidade do teu corpo, ela renova- te a consciência e refresca- te o corpo.
Acorda todas as tuas celulas, energiza cada molecula ou particula fisica e espiritual.
Acorda todas as tuas celulas, energiza cada molecula ou particula fisica e espiritual.
Assim o coração do homem consciente comunga com os planos da natureza divina mais elevados, mas coração do homem comum, apenas vivencía as temperaturas do que vê e sente, desperdiça assim nos actos de gozo até a sua própria natureza humana.
E desta forma, o homem comum separa a consciência e o coração, ficando sem nenhum, o homem consciente une os dois, ficando em tudo.
É neste sentido,
que se constatou até pelos mais divinos eruditos, a necessidade de separar o trigo do joio, e constatei eu, pelos tempos de experiência com os dois, que na verdade eles sempre estiveram separados, sendo unidos pela natureza divina em épocas de grandes transformações e caos.
Mas constatei também, que a natureza divina vai ao seu próprio encontro nessas mesmas épocas, e a natureza comum tenderá em perder- se entre o divino e o humano, e nem sempre vai ao encontro de si mesmo, muitas vezes a sua tendência será sempre a da separação e caos.
O mundo subtil não cria tensão, logo, fácil é o caos mover- se mais depressa e expressar- se tão bem pelos mundos em criação.
Na subtilização, esta é sempre de dentro para forma que a ordem fica impressa, o caos não tem ordem e expressa- se de fora para dentro.
Daí, a necessidade de equilíbrio entre o ser humano e o ser divino, entre a mente e o coração, entre o espírito e a emoção.
Logo...
O subconsciente é a caixa negra, e é necessário pelo menos uma vez em vida, o ser, ganhar a vontade e a capacidade de poder visita-lo, e sem reserva alguma, entrar em contacto com o que mais profundo e guardado existe dentro de si.
Só sem medo do que é, o ser, poderá encontrar o oásis que existe dentro de si.
E assim, beber da fragrância mais pura e saciante do divino que há em si.
Então, viverá desse amor, desse barro que, apenas aquela fonte lhe permite moldar- se sem se perder e sem perder gota alguma que veio trazer ao homem comum.
Eugenia De Almeida